"...julgava saber que nunca haveria a possibilidade de paz para si mesmo, assim como não há armistício para a mãe amputada do filho ou para o homem que enterra o amigo..." - Albert Camus, A Peste
Senhoras e senhores, mais uma vez nos deparamos com um assassinato covarde de uma criança por aquele que deveria protegê-la, o seu pai. Joanna de 5 anos obedecendo a uma liminar da justiça foi passar 90 dias com o pai e voltou morta no 50°. Abominável? Sim. Quer dizer, muito! Que mal uma criança desta idade fez para ser punida desta forma? O que uma pessoa precisa fazer para ter sua vida ceifada?
Em muitos países a pena de morte é válida para casos perdidos, mas, até que ponto o homem está perdido? Em qual momento a capacidade humana é suprimida pelo instinto bestial de degradar a sua própria espécie? O que leva um pai, advogado, com sua nova esposa a matar sua filha, fruto de um relacionamento já acabado e negar mesmo que todos as provas mostrem que foi ele? O que faz um jogador de futebol, promissor a tirar a vida de sua amante ou invés de aceitar pagar pensão por 20 anos?
Qual seria o melhor castigo para essas pessoas? Uma vida limitada, cercado de feras tão abomináveis quanto elas? Ou o mesmo destino das suas vitimas? Passei muito tempo pensando nisso, depois que uma imprudência no trânsito tirou a vida de duas pessoas muito queridas por mim. Agora, depois de anos, vi que nada que for feito trará a vida da minha tia e minha prima adolescente de volta. Finalmente encontrei uma frase que poderia sintetizar o que sinto: "...julgava saber que nunca haveria a possibilidade de paz para si mesmo, assim como não há armistício para a mãe amputada do filho ou para o homem que enterra o amigo..." - Albert Camus.
Você seria capaz de perdoar o Bruno? O casal Nardoni? E a mãe de João Hélio, um dia vai superar essa perda?
"... Muitos que vivem merecem a morte. E alguns que morrem merecem viver. Você pode dar-lhes vida? Então não seja tão ávido para julgar e condenar alguém à morte..." - Gandalf, O Senhor dos Anéis, J.R.R. Tolkien.