sábado, 21 de março de 2009

[Dor~E~Agir]


Existem muitas formas de provarmos que estamos vivos. Umas delas é a dor, tão temida por muitos e amada por outros poucos.
A evolução da ciência, dos direitos humanos nos fazem afastar dela, a repudiá-la. Imaginar um mundo sem dor é uma utopia que chega ao nível de ser bizarra, uma forma de castigo muito cruel. Duvida de mim, certo?

Imagine um mundo em que ninguém sinta dor, seria ótimo, certo? Errado. Imagine um mundo que você quebre o seu braço mas não o sinta quebrar. Pense como seria calcificar uma coisa que você não sente. Imagine então crianças pequenas batendo a cabeça na parece, afinal não sentem dor.

Esse mundo fácil e confortável existe para algumas pessoas, mas também o torna horripilante para os que convivem com elas. Pense para um pai ou uma mãe ver seu bebê com os dentinhos crescendo dilacerando a própria língua - essa parte foi difícil de escrever. Ou então na paranóia que é viver tomando conta para não se machucar e não perceber, ou viver considerado um tipo de super-herói bizarro para seus colegas de classe.

A dor meus amigos, não é um sinalizador de morte, mas vida. E nela que encontramos o que nos machuca e procuramos melhorar, tirar, curar algo que não vai bem.

Buscar um mundo sem dor é uma força arrogante e tola de fugir dos nossos problemas. Sensações como dor, calor, frio, cansaço são sempre expurgadas por muitos, mas não deviam. Elas não dão a sensação de vida, de que não devemos nos acomodar, de que ao invés de reclamar do calor a gente deve levantar a bunda e ligar o ventilador, deixar no chão.

Aprendemos desde cedo e nos alimentam a mentalidade de que devemos reclamar do que nos incomoda, mas não aprendemos a agir para melhorá-las.

Agora leitor, o que você faz, reclama ou faz acontecer?

domingo, 15 de março de 2009

[Na~Febre~O~Brilho]


Quem já esteve doente sabe a merda que é ficar em casa com tempo contado no computador, alimentação limitada e todo mundo te lembrando que você está doente. Pois bem, neste tempo meu de repouso acabei me tocando que precisava colocar um post novo e comecei a escrever e descobri coisas que agora quero compartilhar com vocês.

As palavras são lindas, com um vocabulário extenso você torna-se mestre no convencimento e sedução das pessoas, mas não quero fazer deste post um documentário métrico, arrumadinho que mostre dados estatísticos realizados por pesquisadores e muito menos um post lírico, que todo mundo compreenda o que estou falando mas sabe que no fundo, no fundo eu estou falando nada. Ou pior, estou sendo maroto em não contar diretamente alguma coisa.

Nesta sexta minha afilhada de 5 anos estava tentando acalmar minha irmã de 9 sobre a chuva que caía e na sua tentativa ela colocou a seguinte exclamação: "Julia, chuva é água."
Eu estudo Geografia e na faculdade aprendemos um monte de teorias sobre a chuva, comportamento das nuvens, oxidação, o cacete a quatro, mas vendo a simples frase pensei: "Porra, porquê ensebar tanto com as coisas?"

Bem, este é o meu post, mais um pregando as coisas simples.

Para quê dar voltas, grandes justificativas.

A vida é muito simples, a gente que complica ela.

domingo, 1 de março de 2009

[Pessoas~Máquina]


Gosto muito de observar a linha de pensamento, a forma de agir das pessoas e uma dualidade que entrou na minha cabeça esses dias ainda me deixa rindo sozinho.

Quando vejo um grande executivo, atleta, atores, atrizes, pessoas bem sucedidas e escritores o discurso é sempre o mesmo, de que devemos procurar ser mais gente, desenvolver o lado humano.

Mas notem uma coisa, para caso de sucesso e desenvolvimento precisamos nos comportar como máquinas. O executivo precisa render tantos milhões por ano de lucro para a empresa, o atleta precisa ter um desempenho constante de alto nível, o ator e a atriz precisam fazer sempre peças e o escritor tem uma cota de livros e contos para desenvolver.

Você pode falar que são as consequências da posição dessas pessoas e eu vou concordar contigo. Mas veja como é confuso, as pessoas que dizem para sermos mais humanos são praticamente máquinas em seus ofícios.

E essas exigências para profissionais de alto rendimento refletem-se direta ou indiretamente em nós, mortais, duros.

Pois, transformamos tudo em estatística, números, deixando de lado a qualidade e visando a quantidade. Quantos meninos não sonham em beijar 30 garotas numa festa ao invés de beijar a mulher da sua vida? Quantos jogadores são qualificados pelos gols que fazem e não pelo seu peso dentro do time? Quantos executivos são analisados pelo seu faturamento e não pelo desenvolmento de seus funcionários? Quantos atores são classificados pelo numero de novelas e números ao invés de serem lembrados por grandes personagens que fizeram e que emocionaram?

"...Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura..."
Charles Chaplin, O Grande Ditador, 1945.

Fiquem em paz.

Até a próxima!