quinta-feira, 19 de agosto de 2010

[Poder~e~Deformação]

"Quase todos podemos suportar a adversidade, mas se quereis provar o caráter de um homem, dai-lhe poder" - Abraham Lincoln

Sim senhores, desta vez quero falar sobre a abominação que o poder passa a ser quando mal usado. Quando ele passa de uma ferramenta de articulação, para uma máquina coercitiva que só serve para dominar, calar e ferir.

Nesta segunda-feira eu vi, pela segunda vez, pessoas que conheço e que gosto se transformarem-se. Por causa do poder? Sim, claro. Só que oriundo de uma outra fonte, uma pseudo-hierarquia, capaz de transformar o rapaz tímido, calado e deslocado em um valentão, falastrão. Expressões como “por favor”, “você poderia” ou “você quer?” são esquecidas assim que é declarada essa hierarquia. Neste exato momento você começa a ver o monstro que existe em cada um. Pode parecer engraçado, divertido, só que não para este que vos escreve. Não, pintar o outro com o intuito de mostrar a sua inferioridade a ti. Que você é o senhor do destino dele e capaz de cause-lhe um dano tão grande que seria irreparável - mesmo que só com tinta. “Mas é só tinta, Caio, não tem perigo!” Tem! Isso é um símbolo, tem um significado e este faz a manutenção de um ciclo que para muitos tem o sentido único e exclusivo de auto-afirmação e não de boas vindas.

Só não pense que sou anarquista ou contra uma hierarquia, ledo engano. Ela é necessária para que este tipo de abuso não aconteça. A origem do problema está sim, na mentalidade dos lideres que sofrem a mesma coisa no começo do seu ciclo. Uma vez que suas vontades não podem ser anuladas, com seus crescimento dentro desta hierarquia, estes atropelam aqueles que um dia foram seus iguais e pior, acaba agindo de forma que nenhum subordinado suportaria.

É nestas horas que reconhecemos uma pessoa de verdade. Ela compreende, conversa, negocia, se coloca no lugar do outro. É coisa rara, eu sei. Felizmente é muito valorizada – ainda mais pelos subordinados -, pois uma pessoa que trata seus iguais de forma igual mostra que superou suas vontades. Aprendeu a ver além raiva do momento.

Se algum dia, você, meu estimado leitor, tornar-se um líder – ou já for um -, não se esqueça de onde você veio. Uma boa memória e um pouco de humanidade ainda valem mais do que muito diploma.

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